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Hugo Costa, membro da Primeira Igreja Batista Betel em Santana – AP; presidente da Juventude Batista Amapaense

“Quero lembrar do que me dá esperança”

(Lm 3.21)

Até essa declaração, o capítulo três de Lamentações é, de certo modo, um desabafo. Nos vinte primeiros versículos, o profeta expressa o sofrimento dos exilados na Babilônia.

Pela infidelidade dos líderes de Judá (Jeremias 23.1-2), Deus permite a invasão, a dor do exílio e até a destruição do templo de Salomão, que representava o Senhor no meio do povo. Por isso, ver as ruínas era como ver Deus os deixando e ilustrava o coração de Jeremias ao falar pelo povo (Lamentações 3. 1 e 8): “Eu sou aquele que sabe o que é sofrer os golpes da ira de Deus/ Grito pedindo socorro, mas ele não quer ouvir a minha oração”.

A honestidade do texto me cativa, pois se é verdadeiro ao tratar do sofrimento humano; também o é quanto ao caráter de Deus. E o que Jeremias diz adiante subverte a lógica de suas Lamentações e humanidade. A contraposição feita é antinatural, digo, sobrenatural; tão imediata quanto potente: “Quero lembrar do que me dá esperança”, isto é, a imagem do Deus invisível, seu caráter: amor, misericórdia e fidelidade (Lamentações 3.22-26).

Cristo é a razão para termos esperança, porque é a imagem do Deus invisível (Colossenses 1.15); a perfeita expressão de Seu caráter imutável mesmo quando não somos capazes de percebê-lo e nos sentimos sós, feridos, exilados.

A postura subversiva do profeta é um convite, a todo cristão, para ser sobrenaturalmente sustentado no meio da dor. Se a aflição é irremediável na vida que podemos ver, somos convidados a viver pelo que não se vê, nos gloriando nas tribulações e vendo bem aventurança no chorar. Se “no mundo tereis aflições”, lembro do que me dá esperança: Cristo será o sustento até o mundo findar.

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