Esse tema parece indicar que as duas coisas sejam excludentes. A concepção de muitas pessoas é que, por ser a Teologia um curso de nível superior, ou pelo fato das Faculdades Teológicas serem credenciadas pelo Ministério da Educação, as casas de profetas deixaram de existir. Ou seja, as casas de profetas existiam na época dos cursos médios de Teologia, que não exigiam o Ensino Médio como pré-requisito, ou os curso de teologia livre, em que não havia nenhum vínculo com o Estado. Foi somente a Teologia ser inserida no saber acadêmico no Brasil, como ela é e sempre foi em outros países, que começou-se a demonizá-la.

Na verdade, não há incongruência alguma.  Uma Faculdade Teológica pode, sim, ser uma casa de profetas. Aliás, um seminário ou uma faculdade está atrasada no tempo caso se torne apenas uma Casa de Profetas. O Novo Testamento assevera peremptoriamente que existem vários dons, inclusive o de profeta, mas a variedade dos dons ministeriais é grandiosa. Casa de Profetas normalmente forma pessoas para um “clero” que se acha superior aos chamados “leigos”. Hoje em dia as faculdades e seminários devem ter por prioridade formar seu quadro de pastores, mas precisa também pensar na formação de missionários, evangelistas, capelães (escolares, hospitalares, prisionais, militares etc), líderes atuantes em ONGs, trabalhos sociais, missão urbana, professores de E.B.D. e líderes em geral. Em minha opinião, toda a liderança das igrejas locais deveria fazer um curso de Teologia batista, presencial ou E.A.D. Além de aprenderem Bíblia, aprenderiam a como ajudar o seu pastor e não a derrubá-lo. O ministério das igrejas teria um salto qualitativo e quantitativo fabuloso. Ao invés de ficar contribuindo para certos pregadores televisivos que nem batistas são, porque não fazer um curso e crescer, ou pagar o curso para alguém de sua igreja? Se você dá o dinheiro para a televisão, não haverá retorno algum para sua igreja, mas se investir em você mesmo ou em alguém, o retorno para a sua grei será inconteste.

Essa é uma das razões do não crescimento da nossa denominação no Estado: ênfase exacerbado no clero e menosprezo generalizado aos evangelistas, aos pregadores sem formação teológica, aos educadores cristãos, aos fundadores de trabalhos por esse Paraná afora. Estes sim são baluartes anônimos. Os grandes plantadores de igrejas não foram só do clero, foram também os plantadores de café que migraram de outras partes do país. Basta olhar que a maior Igreja Evangélica do Brasil cresceu tendo como pilar a oportunidade dada aos chamados leigos, que pregavam, doutrinavam, batizavam e celebravam a Ceia do Senhor. Os batistas tendemos a ser clericais como os católicos, embora se diga que exista o sacerdócio universal de todos os crentes. Discurso afirma uma coisa e a prática prova outra.

Convoco os batistas paranaenses ao entendimento de que TODOS somos responsáveis pelo pleno desenvolvimento do Evangelho no Paraná. Não é só o pastor, mas todos, especialmente os líderes das igrejas. Vamos brigar menos, vamos buscar menos confusão por questões triviais; vamos sim, buscar cursos que ofereçam crescimento, aprimoramento e desenvolvimento espiritual, bíblico e ministerial. As Faculdades Batista do Paraná oferecem inúmeros cursos on-line para toda a liderança da igreja: cursos de extensão rápidos, para quem não tem o ensino médio, ou não quer fazer um curso teológico; curso de teologia on-line (também presencial); pós-graduações on-line para pastores e demais líderes que tenham um curso de nível superior; e um Mestrado prático com a nossa cara batista. Ore, aproveite as oportunidades e desafie seus irmãos e irmãs para crescerem na graça e no conhecimento do Evangelho de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo.

 

 

Pastor e Professor Jaziel Guerreiro Martins

Professor e Diretor da FABAPAR (Faculdades Batista do Paraná)

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